terça-feira, 28 de setembro de 2010

SINAIS DE PERIGO NA GESTAÇÃO

Durante o pré-natal, devem ser realizados todos os exames para avaliar as condições físicas da mãe e do feto; mesmo assim, algumas mulheres apresentam sangramento e anemia durante a gravidez. Por isso, fique de olho! Se durante a gravidez ocorrer um sangramento, ainda que pequeno, talvez seja um sinal de perigo. Pode ser um aborto ou uma gravidez ectópica (fora do útero). O sangramento a partir do 6º mês pode ser causado pela placenta, que está fechando o canal do parto (placenta prévia), ou está se soltando antes do parto (deslocamento prematuro da placenta).
Os sinais de uma possível anemia também devem ser observados. Pele pálida e translúcida, palidez dentro das pálpebras, gengiva e unhas esbranquiçadas, respiração curta e leve e taquicardia (repentino batimento acelerado do coração) podem estar sinalizando uma possível anemia. Além de procurar o seu médico, inclua em sua dieta alimentos ricos em ferro e vitamina C. Inchaço dos pés, mãos e rosto, dores de cabeça, tonturas, zumbido e às vezes visão embaçada podem ser sinais de toxemia da gravidez. Outros sinais importantes são o aumento rápido de peso, pressão alta e presença de proteína na urina (proteinúria). Neste caso, procure imediatamente o seu médico e lembre-se de retirar o sal de sua dieta. 
DIAGNOSTICANDO A GESTAÇÃO DE ALTO RISCO:
Uma gravidez é considerada de alto risco quando a mãe ou o bebê têm algum tipo de doença ou incompatibilidade sangüínea (fator RH), e quando existe alguma possibilidade de morte fetal e materna antes, durante ou após o nascimento. Normalmente, o médico fica atento a históricos de hipertensão arterial, diabetes, doenças crônicas, Aids, malformação do útero (existência de miomas), histórico de abortos, mortes fetais, gestações anteriores com histórico de consangüinidade (primos de primeiro grau), edema, proteína na urina e cardiopatias. Durante a gestação, casos de desenvolvimento do feto acima do normal e proximidade da placenta do colo do útero (placenta prévia) são suficientes para deixar o médico em estado de alerta. A gravidez gemelar (gêmeos) também merece cuidados.
Com certeza você já ouviu dizer que algumas mulheres não conseguem "segurar o bebê no útero". Na verdade, é o colo do útero que não retém a gravidez. Uma das técnicas utilizadas é fazer pontos uterinos, ou seja, costura-se o colo do útero para mantê-lo fechado. Além disso, faz-se uso de medicamentos para relaxamento muscular.
EXAMES COMPLEMENTARES NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO:
Biópsia de Vilo Coriônico: Realizada no início da gestação, entre a 10ª e a 13ª semana, a biópsia de vilo coriônico é indicada para detectar possíveis distúrbios nos cromossomos, tais como a síndrome de Down. Este exame é realizado através da retirada de células da parte externa da placenta, que têm o mesmo material genético do feto. Para realizá-lo, o médico utiliza uma sonda, introduzida na vagina, que chega aos vilos coriais. É possível, também, utilizar uma agulha para atingir as células da placenta através da barriga. O risco para a gestante é mínimo, mas ainda assim existe, numa proporção de um caso de aborto em cada 100 gestações.
Amniocentese: Utilizado para conseguir informações sobre o desenvolvimento dos pulmões e do sistema nervoso central do bebê. O exame consiste na extração do líquido amniótico (onde o bebê fica imerso) através de uma agulha inserida na parede abdominal.  A análise das células presentes no líquido amniótico, que se desprendem do bebê durante a gestação, indica o perfil genético da criança. A amniocentese é indicada entre a 15ª e 18ª semana de gestação.
Ultra-sonografia: A ultra-sonografia confirma o tempo de gestação. Entre a 10ª e 14ª semanas de gravidez, através da ultra-sonografia, o médico faz a medição da translucência nucal, um acúmulo de líquido que os embriões apresentam na nuca. Se o exame detectar aumento na quantidade de líquido, isto pode ser um indício de anomalia genética. Já a ultra-sonografia morfológica é responsável pela avaliação da formação do feto.
Cardiotocografia e dopplervelocimetria: A cardiotocografia anteparto, indicada no final da gravidez, analisa a vitalidade da gestação. A dopplervelocimetria obstétrica é um exame mais específico, que verifica a circulação entre a placenta e o feto, muito útil para gestantes hipertensas ou diabéticas.
O diagnóstico citogênico: O diagnóstico pré-natal citogênico em sangue fetal baseia-se na coleta de uma amostra de sangue fetal do cordão umbilical, por punção transabdominal, com agulha fina, mediante orientação ultra-sonográfica. O tempo de cultura de linfócitos fetais é de 72 horas. Esta técnica é recomendada quando os cultivos de líquido amniótico foram feitos sem sucesso e em casos de malformações múltiplas detectadas por ultra-som.
O USO DE MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ:
O uso de drogas sem indicação médica durante a gravidez pode ser responsável por malformações fetais. Como regra geral, não se devem ingerir medicamentos até o terceiro mês de gestação.
Mas certas situações requerem o uso de medicação especial. No caso de mães com o vírus HIV, por exemplo, o tratamento antiviral que reduz drasticamente a contaminação fetal é totalmente indicado. Gestantes com epilepsia, trombose, asma e pressão alta também precisam dos seus remédios para ter a saúde assegurada — os anticonvulsionantes, por exemplo, devem ser ministrados às grávidas que sofrem de epilepsia, já que as crises oferecem mais riscos para o bebê do que os próprios remédios. Cabe ao seu médico decidir o que deve ou não ser usado e, ainda, cogitar a possibilidade de substituir uma medicação por outra menos agressiva para o bebê.
Mesmo assim, antibióticos e outras substâncias devem ser usados com cautela. Os aminoglicosídeos (estreptomicina, tobramicina, gentamicina) podem causar deformidade de audição. As tetraciclinas estão ligadas a malformações ósseas e dentes amarelos; as sulfas não devem ser usadas no final da gestação, pois podem provocar icterícia. Os ansiolíticos podem causar malformações, como lábio leporino e assimetria da face. Os antiinflamatórios podem alterar os rins e o coração do feto.

Existem drogas que, apesar de possuírem um efeito impróprio, podem ser usadas quando o benefício para a mãe sobrepujar o risco para o feto. É o caso dos analgésicos. Mas cuidado: em doses muito altas, eles podem determinar alterações de crescimento ou problemas no coração do feto.

Um comentário:

  1. muito bom esta reportagem para informação da gestante e uma alerta de cuidados especiais

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